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domingo, 4 de outubro de 2015

"E o filho feito a dois, sozinha ela carregava"

Há muito tempo que mãe solo deixou de ser um termo isolado da sociedade, o fato é que hoje existem mais famílias assim do que o mundo jamais viu. Cresci em uma dessas, da qual minha mãe é uma grande protagonista. Me lembro de chorar naquelas cenas emocionantes de pai e filha assistidas em filmes mas não me lembro de sentir falta da presença dele. Porém conheço quem daria muito de si para voltar no tempo e ter a oportunidade de crescer com um por perto.
A realidade é que a mãe agora sou eu e meus conceitos sobre a importância da paternidade sob a vista de filha e de mãe são muito diferentes. Enquanto a filha não sente falta do almoço do dia dos pais, a mãe aqui queria tanto ter alguém para chamar para correr e ver aquele sorriso mais lindo do mundo que o bebê acabou de dar. E enviar as fotos daquele momento inusitado de uma coisa nova que o bebê acabou de fazer e os vídeos das gargalhadas que logo logo vão estar acontecendo e quando e ele chegar em casa ficar louca para o pequenino repetir só para poder compartilhar daquilo com ele e compartilhar os primeiros passinhos, as palavras e por que não as noites difíceis, a febre à reação das vacinas e a hora das mamadas em que poderia colocar o bebê para arrotar só para eu poder continuar deitada de madrugada. E daí se a primeira palavra for papá e não mamã, o importante é que ele tenha a quem chamar e eu com quem contar, não só para pegar um copo de água enquanto dou de mamar mas simplesmente para estar lá e ter a quem abraçar e no final do dia perguntar como foi seu dia.

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